Bacafá

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ficha limpa e música.


Volto ao tema das leis que ficaram conhecidas como ficha limpa. Algumas pessoas discutem se essas leis são válidas, do ponto de vista social. Não vou entrar, aqui, nas discussões jurídicas. Parto do ponto de vista que, pela sua importância sócio-política, alguns paradigmas devem ser quebrados. E quando isso acontece surgem evoluções.

A grande discussão sócio-filosófica é sobre a necessidade de se criar uma lei para fazer o povo não votar em pessoas com a ficha suja. Seria ideal que isso não fosse necessário, que as pessoas tivessem discernimento suficiente para, por si só, fazerem o filtro na escolha dos candidatos aos cargos eletivos.

De certa forma, concordo. Porém, a realidade brasileira, infelizmente é outra. Não vivemos no reino de Utopia, de Thomas More. Foi necessária a mobilização de diversas entidades, dentre as quais, a OAB, a CNBB e o Ministério Público, para gerar a repercussão gigantesca que a proposta ganhou e seu sucesso nas votações no Congresso Nacional.

A população, ou considerável parcela dela, começou, de fato, a prestar atenção no fator ficha limpa. Infelizmente ainda há o eleitor que troca seu voto por uma cesta básica, por uns litros de combustível, por aluguel de placas no quintal, por dentaduras, carradas de brita, favores e outras coisas. Essas pessoas são tão criminosas quanto os políticos que as compram. É, contudo, o início de uma nova era política no Brasil.

Em Jaraguá do Sul aconteceu outro exemplo que envolve a ficha limpa. Neste caso a lei impede que o administrador público traga para cargos de confiança pessoas com restrições junto à Justiça ou problemas com dinheiro público, entre outras situações.

Esta lei eu considero ainda mais importante que a anterior, pois tenta evitar que na surdina mamem no erário pessoas comprometidas com o lado nefasto da política. Óbvio, não é, esta lei, panacéia que trará a solução para todos os males dentro do paço municipal, mas dá margem a uma fiscalização mais objetiva e aumenta sensivelmente a responsabilidade do prefeito.

O outro tema do título é música. Pensei nisso vendo, neste último domingo, o concerto da Orquestra Filarmônica de Jaraguá do Sul, na SCAR. Nem de longe sou especialista em música, quanto mais erudita. Apenas gosto muito. E fico ainda mais extasiado quando vejo que a qualidade dos grandes compositores mundiais é muito bem retratada pelos músicos locais.

O espetáculo de um concerto consiste basicamente na regência de um maestro e a união e sincronia dos músicos. De vez em quando se destaca um solista, mas que não teria o mesmo brilho se não houvesse todo o conjunto. Cordas, metais, percussões fazendo um trabalho uníssono.

No final das contas, é isso que se espera de um prefeito (ou governador ou presidente): que consiga reger sua orquestra de secretários e funcionários públicos como um maestro. E que os trabalhos, ao longo da gestão, fluam como boa música.

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