Bacafá

Bacafá

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Contos de quinta: O jogo (parte final).

O jogo - parte final.
(Primeira parte clique aqui).

O casal se olhou sem saber o que poderia estar acontecendo. Outro barulho, seguido de mais gritos de Fernanda. Os dois se levantaram e correram para o quarto. Tentaram abrir a porta desesperadamente, mas estava trancada. Mais sons fortes e gritos dentro do quarto. Diego batia na porta com toda a força que tinha. Martina chamava pela amiga. Estava em pânico. Foi correndo para a cozinha procurar alguma coisa que pudesse abrir a porta.

De repente muito sangue começou a escorrer por baixo porta. Diego largou a maçaneta e deu um passo para trás. Olhou para o chão e para a porta. Perguntou-se de onde viria tanto sangue. Começou a bater com mais força na porta. Com os punhos, com os ombros, com mais força do que pensou ter.

Martina voltou correndo e, ao ver o sangue no chão, deu um grito, parou e soltou a faca que segurava. Começou a chorar e falar ao mesmo tempo. Dentro do quarto os gritos de Fernanda ainda não tinham parado, embora estivessem mais baixos, já misturados com choro e palavras incompreensíveis.

Diego pegou a faca do chão, suja de sangue, e, tremendo, enfiou no buraco da fechadura tentando abrir a porta. Ao seu lado Martina chorava histericamente. Diego gritou para que ficasse quieta, o que não adiantou. Forçando a faca, ele a deixou escapar, cortando-se. Novamente a faca estava na poça de sangue, que aumentava e escorria pelo corredor. Voltou a esmurrar e chutar a porta, chamando por Marcos e Fernanda, que continuava gritando.

- Martina, faça alguma coisa. Liga pra polícia, vai.

Ela correu pra sala, tirou o telefone do gancho e percebeu que estava sem sinal. Desesperada começou a procurar algum aparelho celular. Nos sofás, na mesa, nas bolsas. Achou o seu e ao digitar o primeiro número o telefone apagou, sem bateria. Jogou o aparelho na parede, que se desfez em vários pedaços.

- O que você tá fazendo, sua louca?

Ela nem respondeu a Diego e continuou procurando. Já não estava mais chorando, mas seu coração saía pela boca. Enquanto isso, exausto, tentava arrombar aquele pedaço de madeira inerte que o separava de seus amigos. Lembrou que havia uma janela no quarto e saiu correndo em direção à porta da frente. Tentaria fazer alguma coisa pelo lado de fora da casa. Ao abrir a porta, percebeu que estava fechada. Trancada. Sem chave.

- Martina, cadê a chave da merda dessa porta?

Ela parou o que estava fazendo. Olhou para ele desolada e respondeu:

- O Marcos nunca tranca essa porta quando a gente está aqui, porque sempre entra e sai alguém...

Diego não acreditava no que ouviu. Olhou para Martina com seus olhos de dúvida e forçou a porta que não se mexia. Os dois correram para as janelas tentando abri-las e também estavam todas, de alguma forma, trancadas. Correram para a porta a cozinha, nos fundos da casa e igualmente absolutamente travada. Estavam encarcerados na casa do amigo, com uma poça de sangue escorrendo de um dos quartos para a cozinha e uma amiga gritando desesperadamente lá dentro.

Martina olhou para Diego e correu para as gavetas do armário, procurando uma faca ou algo pontudo. Pegou a maior faca de carne que achou, no que foi imitada pelo amigo. Os dois, devagar, foram em direção ao quarto onde seus amigos estavam trancafiados. Só havia silêncio agora. Diego encostou vagarosamente sua orelha na porta para tentar escutar alguma coisa. Teve a sensação de escutar respirações ofegantes.

De repente as luzes se apagaram. Tudo ficou no breu absoluto. Diego mal teve tempo de olhar para cima, procurando a luminária. A porta foi arremessada violentamente em sua direção, jogando-o contra a parede e fazendo-o cair desacordado e com a faca cravada na barriga.

Martina, com as duas mãos na cabeça, apenas gritava. Desesperadamente.

Dois dias depois, os corpos dos quatro jovens eram resgatados pela polícia, sob os olhares atônitos dos vizinhos que não estavam entendendo nada.

3 comentários:

You Know... disse...

Ei......... pode ir esquecendo o strip-pôquer!!! Olha só no que dá!! hahaha

Anônimo disse...

kkkkkkkkk vou confessar ri muito kkk mas adorei claro tirando o final, pois fiquei loca pra saber quem foi ou o que foi que fez isso com os quatro :D e tenho que concordar com a colega ou colega sei lá ai de cima perigosa essa historia de strip-pôquer ;)rsrsrrss á e não vejo a hora dos próximos contos ^^ bj
Jeniffer

Karine Odorizzi disse...

aixx tem certeza de que é a parte final?? não falta nada não.... eu sou pouco curiosa...rsrs...
Ótimos contos..Parabéns Raphael... Beijo