Bacafá

Bacafá

domingo, 30 de novembro de 2008

O poder da chuva e do sol

As chuvas que caíram em Santa Catarina, no litoral e no vale, deixaram um rastro de destruição, mortes e tristeza. Mais de cem vítimas fatais, quase 80 mil pessoas desalojadas, prejuízos financeiros ainda incalculáveis.

A chuva não destruiu apenas os prédios e ruas. Deixou em frangalhos o espírito lutador da gente catarinense. Em cada dia que despontava uma esperança de sol, a força se esvaía rapidamente com o retorno das águas que vinham dos céus. A chuva estava detonando as forças daqueles que perderam tudo materialmente ou, pior, que perderam entes queridos. A chuva diária, entre raros raios de sol, insistente à noite também, fazia com que as pessoas perdessem a esperança de uma solução rápida ou mesmo de alguma solução, apenas.

A chuva vinha, dia a dia, noite a noite, destruindo o moral, o humor e a dignidade de todos os catarinenses vitimas da tragédia e de todos aqueles que se dedicavam a ajudá-los.

O sol nesse dia, contudo, renova as forças do povo de Santa Catarina, dá uma verdadeira injeção de ânimo, um fôlego para a recuperação da dignidade e da vontade de ultrapassar esse período obscuro de aflição e muita tristeza.

Que o sol persista, assim como persiste a força do povo!

sábado, 29 de novembro de 2008

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

MP quer prisão por preços abusivos em calamidades

A Associação Nacional do Ministério Público Criminal irá encaminhar, na próxima semana, ao Congresso Nacional, um projeto de lei para coibir os crimes econômicos praticados durante períodos de calamidade pública. Pelo projeto de lei, os crimes de relação de consumo passariam a resultar em uma pena de quatro a oito anos de prisão, mais multa.

O promotor público de Santa Catarina Andrey Amorim cita os problemas enfrentados no Vale do Itajaí durante as últimas enchentes. "A gasolina dobrou de preço, o gás de cozinha teve o seu custo triplicado e o quilo de carne passou a ser comercializado por até R$ 80. Essa é uma situação que precisa ser punida eventualmente", disse.

Segundo ele, a legislação brasileira não tem nada que puna esse tipo de situação. Para que a punição seja efetiva, será necessário constatar que o aumento dos preços é injustificado. "Sabemos que, em alguns casos, com a piora da situação das estradas e problemas de logística, parte desses preços são repassados ao consumidor. O que nós queremos punir é, por exemplo, aquele que tem gasolina em seu estoque e ainda assim aumenta os preços."

Fonte: portal Terra - leia mais em: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3360387-EI8139,00-MPs+querem+coibir+aumentos+abusivos+em+calamidade.html

De fato, é inconcebível que pessoas queiram se aproveitar da desgraça dos outros de maneira tão vil e mesquinha. Punir exemplarmente quem aumenta os preços em situações de calamidade ou catástrofe é um bom caminho. A livre iniciativa e a concorrência, com a liberdade de preço, são inerentes à economia moderna e ao capitalismo. Mas nessas situações é safadeza, ignorância, ganância e vilania!!

Aborto e preconceito.

"Num caso inédito e polêmico, a Justiça de Mato Grosso do Sul está indiciando, julgando e condenando 150 mulheres acusadas de praticarem aborto em uma clínica de Campo Grande – o número total de envolvidas no caso, e que devem passar por uma investigação, é de 1,5 mil. De julho até o início deste mês, 150 já foram indiciadas e 26, condenadas a penas alternativas" (O Estado de S.Paulo, 16/11/2008).

A ministra Nilcéa Freire, citada pelo jornal O Estado de S.Paulo, diz: "Está em curso, em Mato Grosso do Sul, um episódio assustador e de intensa fúria persecutória contra os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no Brasil."

O processo foi denunciado à Anistia Internacional. Diz a professora de Direito – e membro do movimento Jornadas pelo Aborto Legal – Samantha Buglione:"Um dos principais problemas apontados foi o desrespeito dos prontuários médicos, apreendidos sem um pedido especial e depois expostos à consulta pública por cerca de sete dias úteis. Tecnicamente, o prontuário médico é um documento sigiloso, tanto quanto os documentos encontrados nos escritórios de advocacia, tanto quanto as contas bancárias de cada pessoa. A única diferença é que, como há um julgamento moral sobre as mulheres nesse caso, esse sigilo foi totalmente desrespeitado e colocado à disposição dos curiosos, inclusive homens que iam até lá ver o nome das mulheres suspeitas" (O Estado de S.Paulo, 16/11/2008)."

Em 1995, o Brasil subscreveu a Declaração de Pequim, adotada pela 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, comprometendo-se a considerar a revisão de leis contendo medidas punitivas contra mulheres que tivessem feito abortos ilegais. Tendo nosso governo assumido claramente, no âmbito das Nações Unidas, posição contrária à penalização das mulheres que, por circunstâncias diversas e sempre difíceis, submetem-se a um aborto, parece incongruente o ímpeto punitivo de que foram acometidas autoridades de Campo Grande, onde, a partir de denúncias de um promotor estadual acolhidas por um juiz, 10 mil mulheres que freqüentaram determinada clínica de planejamento familiar respondem a inquérito policial por suspeita de prática de aborto" (Jornal do Brasil, 3/5/2008).

Voltamos ao dilema do choque de valores: vida x liberdade sexual e reprodutiva. Cada um com seu posicionamento e sua crença.

Texto do blog do advogado e amigo Darwinn Harnarck, PensAtivo: http://darwinn.blogspot.com/

A crueldade do ser humano.

Na tragédia é impensável que pessoas queiram se aproveitar do drama alheio. Mas acontece.

Não bastassem as pessoas que saqueiam as casas vazias ou atingidas, os falsos necessitados que aparecem nos centros de triagem para ganhar algum coisa nova (e só querem as novas), há duas espécies ainda mais infames.

Os comerciantes que superfaturam da noite pro dia os produtos básicos como água e pão, diante do desespero dos flagelados.

E os conhecedores da tecnologia, que mandam e-mails dando contas falsas (ou melhor, próprias) ou com vírus sob o pretexto de ajuda aos necessitados, aproveitando-se da boa vontade daqueles que querem ajudar e, ao mesmo tempo, da sua desatenção.

A Defesa Civil alerta que não manda nenhm pedido eletrônico, assim como nenhuma outra instituição que está ajudando e arrecadando dinheiro. O meio correto é acessar diretamente o site e anotar os números para fazer os procedimentos bancários.

ATUALIZADOS os números das enchentes em SC.

Clique no seguinte link para ir ao post atualizado:

http://bacafa.blogspot.com/2008/11/novas-fotos-do-deslizamento-em-jaragu.html

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quando a omissão (da Rede Globo) vale ouro.

Texto de Urariano Mota.

Fonte: Observatório da Imprensa - http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=513IMQ007 - Reproduzido do Direto da Redação, 19/11/2008.

Para o acontecido na segunda-feira (17/11), qualquer apresentador de telejornais poderia ter anunciado: "Tiros na Bolsa". Ou feito uma chamada de maneira mais extensa, evitando assim uma ambigüidade:

"Operador tenta suicídio durante pregão da Bolsa de Mercadorias e Futuro".

E depois do anúncio, entraria no corpo da notícia:

"O operador de pregão da corretora Itaú Paulo Sérgio Silva, de 36 anos, tentou suicídio hoje, pouco depois das três e meia da tarde. No meio do pregão, ele disparou um tiro contra o próprio peito. Paulo Sérgio foi socorrido imediatamente no ambulatório da Bolsa e transferido para a Santa Casa de São Paulo."

Isso feito, viriam imagens da Bolsa, e de operadores transtornados, enquanto o apresentador narraria:

"Segundo colegas, Paulo Sérgio falou ao celular com a esposa e os filhos minutos antes de disparar a arma. Uma testemunha, que não quis se identificar, declarou que ele elogiou os filhos, como numa despedida."

"Profundo respeito"

Corte para a imagem de um repórter, em frente ao prédio da Bolsa:

"Até o encerramento do pregão, o clima era de mal-estar e muitos estavam deprimidos. Funcionários da Bolsa e das corretoras saíam do prédio para fumar com o semblante fechado. A maioria descrevia com reticência a tarde de tensão. Alguns receberam ordem das corretoras em que trabalham para não comentar o incidente. Ainda assim, um deles informou que o operador é casado e tem quatro filhos, com idades entre 14 e 4 anos. Paulo Sérgio estaria com receio de ser demitido por conta da fusão do Itaú com o Unibanco. Ele havia comprado uma casa a prestação."

Corte para as declarações e imagens do presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Mercado de Capitais, Márcio Myeza:

"Duas horas antes da tentativa de suicídio, ele me procurou. E me disse que um amigo dele havia se matado. Ele queria saber os direitos da família nesses casos. Respondi que a família deveria procurar um advogado."

Volta para o apresentador, que lê, com os olhos no teleprompter:

"O presidente do sindicato disse ter notado que o colega estava `ansioso´, mas nada que sinalizasse a tentativa de suicídio."

E com a câmera no segundo apresentador:

"A assessoria de imprensa do Itaú informou, por meio de nota, que está dando total assistência ao funcionário e a seus familiares. A assessoria do Itaú declarou, abre aspas: em profundo respeito ao ser humano, não comentaremos o fato. Fecha aspas."

Simpáticos, esses bancos

Todas as linhas entre aspas escritas até aqui são a expressão da verdade: de fato, um operador da Bolsa de Mercadorias e Futuros, na última segunda-feira, meteu bala no próprio peito, em pleno pregão da tarde. De fato, ele temia pela sorte da família, a partir da fusão dos bancos Itaú e Unibanco. De fato, sabe-se que onde há reunião de duas empresas, os empregados não se somam. Subtraem-se, sempre, no processo conhecido como racionalização de atividades. Até aí foi a verdade.

As frases que antecedem as aspas são pura invenção poética porque a notícia não apareceu nos telejornais brasileiros. Ou, pelo menos, não apareceu nos telejornais da Rede Globo, com certeza. E notem a sucessão e crescimento de esquisitices sem notícia: se é um escândalo um suicídio público, se é um escândalo um suicídio em plena sessão da Bolsa e se é escândalo um tiro em um templo da economia em tempos de crise, o que dizer da ocultação da notícia, com a cara mais maquiada que o cinismo permite?

O que seria um escândalo, sob qualquer critério, gerou um grande e pesado silêncio. Mas há razões claras para isso, que podem ser vistas nos intervalos e abertura do Jornal Nacional: o patrocínio do noticiário pertence ao Banco Itaú. O operador era, se não morreu, empregado do banco. Como os telespectadores do Brasil poderiam ter uma notícia que mostrasse um mundo brutal, feroz, de quem promete os valores mais ternos, de amor à família, nos comerciais?

No artigo "Globo e censura, tudo a ver", chamávamos a atenção para uma comunicação censurada do Sindicato dos Bancários porque os anúncios do Itaú e Unibanco, em rede nacional, bem pagos, não permitiam tal liberalidade. O que dizer agora, quando os dois bancos se unem? Os bancos brasileiros não são apenas os mais lucrativos de toda a Terra, em toda a história. Eles são muito mais. São até editores do que você, leitor, pode ou não pode ver na televisão. Simpáticos, esses bancos. Eles não querem vê-lo preocupado com homens que atentam contra a própria vida em um pregão de uma segunda-feira à tarde.

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Valem alguns comentários:

Há que se considerar o poderio econômico interferindo nas pautas dos jornais, quaisquer que sejam. Mas isso, por si só, não leva à conclusão de que toda omissão decorre de tal inteferência. Incompetência jornalística e linha editorial também fazem os nossos informativos diários, televisivos ou não, sabotarem notícias importantes ou diferentes.

Esse caso específico daria, com base num drama pessoal, infelizmente, um bom gancho para uma matéria sobre a preocupação do desemprego nas grandes fusões, podendo, inclusive, trazer outros exemplos nacionais e internacionais para os telespectadores.

Claro, tudo uma questão de ponto de vista. De quem vê e de quem paga. Eu não pago, logo, não escolho as matérias que vão ao ar.

Há, ainda, o argumento de que há uma espécie de consenso que suicídios não devam ser exaltados na televisão. Não sei se é verdadeiro ou falacioso, mas também é uma possibilidade.

O que de fato vemos, contudo, é que as informações que nos chegam pela mídia comum normalmente são parciais ou limitadas. E a internet abriu um importante caminho para uma discussão mais ampla sobre o assunto.

Bancos condenados a pagar cheque sem fundos de correntistas.

A 4ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça condenou o Bradesco a ressarcir os danos materiais causados a Cristiano Pires Pereira, que recebeu cheques sem fundo passados por correntista daquela instituição financeira. Para o relator da matéria, desembargador Eládio Torret Rocha, o banco prestou um serviço defeituoso ao ter concedido cheques sem as devidas cautelas e ter permitido que estes permanecessem em posse de cliente sem o devido respaldo monetário. "Deflui do especial regime de responsabilidade dos bancos o dever de agir com total cuidado, transparência e lisura, tanto no momento inicial de seleção de seus correntistas, como no posterior trato com seus clientes e o público em geral", afirmou. O magistrado lembra que a regulamentação da atividade bancária no Brasil cobra das instituições uma conduta responsável quanto à cessão de talonários de cheques e à observância da respectiva base financeira, mas destaca que esta, ao contrário, é realizada de modo "descontrolado e desmedido, haja vista a quase ilimitada possibilidade de acesso a talonários via caixas de auto-atendimento, operação destituída de qualquer fiscalização". Por último, garantiu que é um contra-senso os bancos lucrarem com a devolução de cheques e se eximirem da indenização aos beneficiários desse. "Não há nenhuma norma que obrigue o banco a providenciar o pagamento de cheque apenas se houver provisão de fundo na conta do correntista", finalizou. Os dois cheques somaram, em valores originais, R$ 1,8 mil. A decisão, unânime, reformou sentença da Comarca de Brusque. (Apelação Cível n. 2005.038361-7). Decisão de 25.11.2008.

Na mesma linha, essa decisão 06.06.2008:

A 1ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça, em apelação sob relatoria do desembargador Carlos Prudêncio, condenou o Banco do Estado de Santa Catarina (BESC) ao pagamento dos valores – devidamente corrigidos - de um cheque devolvido por insuficiência de fundos do seu emitente. “A questão em debate não será tratada sob a ótica do direito cambiário (...), mas sim sob o enfoque constitucional (...), para responsabilizar civilmente o banco por descumprimento de um dever, com a incidência do Código de Defesa do Consumidor”, explicou o magistrado, em seu voto. Para o desembargador Prudêncio, as instituições financeiras auferem lucros fabulosos a partir do oferecimento de diversos serviços bancários, entre eles o contrato de conta corrente. Com a simples apresentação de carteira de identidade, CPF e atestado de residência, completa, o cidadão vira correntista e passa a dispor de talonários de cheques para efetuar suas transações comerciais. “Os bancos, agindo sem cautelas efetivas no fornecimento de cheques a seus clientes, pensando tão-somente na maximização de seus lucros e no cumprimento de metas exclusivamente capitalistas, acabam prestando um serviço viciado. Digo viciado por que ao não ter qualquer espécie de controle sobre a liberação dos cheques, hoje retirados em qualquer caixa eletrônico e em quantidade ilimitada, está-se incitando o calote geral, mascaradamente, para obter lucro quando cobra tarifa por cada cheque devolvido sem provisão de fundos”, anotou Prudêncio. Segundo o raciocínio do magistrado, os bancos ganham tanto com a manutenção da conta corrente quanto com a devolução dos cheques sem fundo. Por isso, em seu entender, não é justo que se eximam de indenizar os infelizes portadores dos cheques sem provisão. “Eles detêm todos os instrumentos para vedar o locupletamento ilícito do emitente, devendo melhor analisar as condições patrimoniais destes antes do fornecimento de talões”, concluiu. No recurso em questão, o Besc terá que pagar R$ 341,00 acrescido de correção monetária e juros moratórios em benefício de Cristiano Pires Pereira. O magistrado lembrou que o banco tem, a seu dispor, o direito de regresso no sentido de cobrar tais valores do correntista inadimplente. A decisão da 1ª Câmara de Direito Civil do TJ foi por maioria de votos. (Apelação Cível n. 2005.005907-7).

Fonte: TJSC - www.tj.sc.gov.br

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

The Who - Behind blue eyes

No one knows what its like, to be the bad man, to be the sad man.



Com todo respeito aos que gostam da versão enlatada do Limp Bizkit (afinal, o que significa esse nome, alguém sabe??), o original é muito melhor, mais rock and roll.
Essa apresentação já era de 1979; infelizmente não consegui achar uma mais antiga ao vivo. Eles voltaram a se apresentar, com um show muito mais produzido, óbvio. Contudo, vale a pena rever nos primórdios.

Atualizada a postagem sobre os números das enchentes em SC.

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Desabafo

Texto e fotos enviados por Débora Hartmann.

Hoje é um dia muito triste em Jaraguá do Sul e para mim, no bairro Barra do Rio Cerro bem pertinho da minha casa, aconteceu umas das piores tragédias que esta cidade já viveu. Nunca havia presenciado algo tão horrivel em todos estes anos de vida.

Ao acordar me dirigi imediantamente ao local do acidente, movida pela curiosidade mas também pela sensação de realizar algo. E foi isso que fiz, conversando com os brigadianos do local, consegui ficar na area reservada a impresa. Fiquei fotografando os lances do desastre bem como fazendo pequenos videos, para constatar que agora depois que tudo foi posto abaixo pela terra, que a defesa civil estava agindo, que agora os brigadianos estavam controlando o transito, que agora os bombeiros estavam trabalhando não só no resgate a vítimas mas tambem verificando o grau de perigo nas casas ao lado.

O que se nota nesta tragédia é a inercia do poder municipal que abandonou a população a própria sorte. Em nenhum momento antes do desmoronamento do morro viu-se qq medida de prevenção, somente areas onde a própria população chamava a defesa civil para ir, que eram consideradas areas de risco. Em nenhum momento a defesa civil realizou um plano preventivo, analisando as areas potencialmente de risco da cidade. Pq meus amigos onde o morro foi abaixo, não havia nenhum sinal evidente de perigo, mas o morro foi cortado para passar o dito progresso, e com a chuva torrencial , foi o golpe de misericordia.

Até quando vamos viver mergulhados nesta inercia, nesta ausencia do poder municipal? Pq o município foi negligente não somente com essas pessoas q infelizmente morreram, mas conosco tb. Se as coisas estão piores por aqui, não é culpa unicamente do tempo mas tb do poder municipal q foi omisso. Este desastre não pode ser esquecido, pois um povo sem memória não cresce, não evolui, não vive. Ficam meu desejo e minhas orações que não aconteça mais nenhum desastre, que ninguem mais morra. Espero que Santa Catarina volte a sorrir. Que nosso povo sobreviva mas aprenda a lição.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Junky, de Willian Burroughs

Maconha não induz ninguém ao crime. Nunca vi ninguém ficar belicoso sob o efeito do fumo. Fumetas são uma raça de sociáveis. Sociáveis demais pro meu gosto. Não entendo porque as pessoas que acusam a maconha de instigadoras de crimes não vão mais longe e pedem também a proibição do álcool. Todos os dias você vê bêbados cometendo crimes que não aconteceriam se estivessem sóbrios.

...

Ouve-se falar que pessoas enlouquecem por causa da maconha. De fato, pode ocorrer um certo tipo de demência com o uso excessivo da erva, caracterizada por um tipo de raciocínio demasiado alusivo e abstrato. Todavia, a maconha vendida nos Estados Unidos não é forte o suficiente para cozinha os miolos de um cidadão; nos States é muito raro se encontrar casos de psicose de maconha. ... Quem fuma uns poucos cigarrinhos por dia está tão sujeito a pirar quanto um sujetio que toma seus drinques antes de jantar.

Mais uma coisa sobre maconha: uma pessoa fumada fica completamente inepta para dirigir automóvel. A maconha perturba a percepção do tempo e, em conseqüência, também das relações espaciais. Uma vez, em Nova Orleans, tive de parar no acostamento e esperar o barato baixar. Eu não conseguia avaliar as distâncias entre as coisas, nem calcular o momento certo de virar ou pisar no freio.

Junky, de Willian S. Burroughs, é um livro que me foi apresentado e emprestado pelo Gelson da Grafipel, e narra a história de um viciado em drogas pesadas (junky) no período final e pós II Grande Guerra, que vivia nos Estados Unidos, ou States, como ele fala no livro.

Mostra o mundo desses viciados e tudo o que os cerca com uma linguagem curta e contundente, crua e fria, característica dos escritores beat (isso deduzi das lições do Gelson sobre essa rara safra de escritores).
Nesta parte que transcrevi, o personagem faz uma interessante análise comparativa entre a maconha e o álcool e nos demonstrando como a HIPOCRISA que já existia naquele tempo persiste até hoje.

Vale destacar que o livro foi escrito em 1953 e essa edição que estou lendo é da Editora Brasiliense, de 1984 (sem código de barras, pai?, como questionou minha filha) e a capa é exatamente essa aí de cima (com exceção do 2a. edição).

Números da enchente - ATUALIZADO em 29.11 às 19:15

Fotos do deslizamento ocorrido no bairro Barra do Rio Cerro em Jaraguá do Sul, de onde foram retirados nove corpos e uma pessoa com vida (recebidas por email há instantes):







No total já morreram, até agora, em Jaraguá do Sul, 13 pessoas.

A mobilização na cidade, entretanto, foi exemplar, tanto das pessoas individualmente quanto das empresas. Quem não pôde colaborar com bens, está trabalhando na Central de Atendimento, dando seu esforço em nome da nobre causa. A solidariedade foi e está sendo muito importante, eis que muita coisa ainda há a se fazer.

Há que se ressaltar, contudo, a existência de muitas áreas de risco, com inúmeras pessoas desalojadas (que saíram de casa, mas estão nas casas de parentes ou conhecidos) e desabrigadas (que estão em alojamentos públicos). A chuva, aqui, diminuiu, mas os terrenos estão ainda extremamente molhados, razão das preocupações, sem contar que há notícia de chuvas mais fortes para as próximas horas.

Nas outras cidades a situação também é crítica, em especial em Blumenau, Itajaí e, agora, Ilhota com a destruição completa do Morro do Baú. Para quem viu na TV as imagens são aterradoras.

A última contabilização da Defesa Civil do Estado aponta 11o mortos e quase 79.000 desabrigados ou desalojados. Há cerca de 20 pessoas desaparecidas no Estado.

VITIMAS FATAIS:
Brusque: 01
Gaspar: 15
Blumenau: 24
Jaragua do Sul: 13
Pomerode: 01
Bom Jardim da Serra: 01
Luís Alves: 06
Rancho Queimados: 02
Ilhota: 37
Benedito Novo: 02
Rodeio: 04
Itajaí: 02
São Pedro de Alcântara: 01
Florianópolis: 01
T O T A L: 110


Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina - http://www.defesacivil.sc.gov.br/ e http://www.desastre.sc.gov.br/

No seguinte endereço há uma entrevista com o Governador do Estado com mais imagens impressionantes: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/11/25/ult5772u1722.jhtm

Suspensão de prazos judiciais.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina e a Justiça Federal suspenderam os prazos judiciais ontem e hoje no Estado.

A Justiça do Trabalho suspendeu, além dos prazos, as audiências no mesmo período.

Existe a possibilidade desta suspensão ser reavaliada de acordo com as chuvas e problemas que se verificarem nas próximas horas ou dias.

Informações:

www.tjsc.gov.br
www.jfsc.gov.br
www.trt12.gov.br

Enchente e tragédia em Santa Catarina

Mais uma imagem impressionante veiculada no país em rede nacional. O desmoronamento de uma encosta em cima de uma casa, que parece de papel, tão grande a fúria da natureza. O triste episódio dessa vez ocorreu em Blumenau.


Fonte: www.youtube.com

Em Joinville, Florianópolis, Itajaí, Balneário Camboriú e cidades vizinhas o estrago também foi bastante considerável. Conforme informações divulgadas, o número de mortos no Estado já chega a 65, sendo que pelo menos 12 são aqui de Jaraguá do Sul. Em Gaspar 10 pessoas morreram em deslizamento. Na Capital, na rodovia que liga o centro às praias do norte ocorreu um grande desmoronamento e há suspeita de carros e vítimas embaixo dos entulhos.

Diversos municípios estão isolados nessa madrugada: São Bonifácio, Luiz Alves, São João Batista, Rio dos Cedros, Garuva, Pomerode, Itapoá e Benedito Novo.

Segundo contato diretamente ontem na Central de Operações de Jaraguá do Sul, os produtos mais necessários no momento são: fraldas descartáveis, material de limpeza, material de higiene pessoal, colchões, leite (em caixa ou em pó) e água.

Nesse momento a solidariedade de cada um e de todos faz a diferença.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eu sou a lenda.

Com Will Smith e uma cadela pastor alemão.


O que aconteceria se você pensasse ser um dos poucos sobreviventes sãos de um mundo dominado por humanos mutantes por conta de uma infecção que esterminou 98% da população?

Não enlouquecer já seria uma grande vitória.

De todo modo, não entendi bem ao certo qual deveria ser a moral do filme, mas até que vale a pena pelo divertimento. Afinal tudo começou porque alguém descobriu a cura para o câncer.

Em DVD o filme tem dois finais. Pode-se escolher qual quer se ver e, é claro, vi os dois.

Acredito que o que passou nos cinemas foi o primeiro. E, particularmente, achei melhor esse mesmo. Mais surreal, um tanto quanto impossível, pra falar a verdade. Entretanto o outro foi improvável e meloso demais para um filme onde durante todo o tempo não se acredita mais na "humanidade" dos humanos infectados.

Fotos da tragédia em Jaraguá do Sul

A chuva, que não dá tréguas, causa mais uma tragédia na região.
No sábado morream mãe e duas filhas, de 3 e 6 anos, todas soterradas na própria casa depois de um desmoronamento.
Nessa madrugada, por volta das duas horas, houve outro gigantesco desmoronamento de encosta, interrompendo completamente uma via, destruindo casas, comércio e causando a morte de, segundo informações ainda não confirmadas, pelo menos 11 ou 12 pessoas.

Abaixo as fotos da tragédia:









domingo, 23 de novembro de 2008

Enchente

Muitas imagens terríveis esse final de semana na região. O caos tomou conta das cidades, e posso dizer que em Jaraguá do Sul a tristeza imperou. Dei uma volta em alguns bairros e o cenário era desolador. Tinha que ir a Pomerode - meus pais estavam "ilhados" lá - e não tinha nenhum acesso. A estrada principal estava bloqueada por um desmoronamento logo no início (daqui para lá). Tentei os caminhos pelo interior, e o que vi não foi nada animador. Além de diversas barreiras, muito estrago causado pelas chuvas insistentes. Metros de plantações às margens dos rios simplesmente arrastados. Pontes estragadas. Roupas, colchões, móveis no lixo.

O centro de Jaraguá do Sul, perto do cartório, era uma via de lodo. Lojas e casas marcadas pelas forças das águas dessa madrugada. Ponte interditada e os estragos nas margens também assustadores. Na Rua Marina Frutuoso pedaços de troncos no meio da rua ou engatados em postes e placas davam uma noção do que se transformou aquele lugar essa noite. Triste, muito triste.

Uma imagem, para quem está vendo de fora, dá conta da força das águas. Uma câmera fria, baú de caminhão, foi arrastada de uma fábrica aqui da região e foi filmada no exato momento em que se chocou contra uma ponte em Guaramirim. A íntensidade da correnteza não deixou o baú ficar ali encostado na ponte. Vejam:


Vídeo retirado do youtube.

Consumismo.

Texto de GABRIELA MAIA LOPES.

Quando consumimos algo, depois de um tempo, o produto “não é mais necessário”. Aí compramos outro para substituí-lo. Mas para onde vai esse produto? Às vezes para lixões, às vezes jogam-no em qualquer lugar, sem nenhuma proteção para a terra. É aí que mora o perigo!! Com a falta dessa “camada protetora” podem vazar substâncias químicas altamente tóxicas que afetam não só a terra, mas também quem vive nela, o lençol freático, o ar que respiramos e assim por diante.

O problema parece pequeno, mas não é. Esse “insignificante” problema vai começar afetar o homem e, mais adiante, a população mundial, que vai ter de sair pelas ruas (ou até mesmo em casa) usando máscaras de oxigênio para não se contaminar com o ar infectado pelo lixo jogado em um lugar devidamente INcorreto.

Acho que não queremos isso para nós, nossos filhos ou para nossos netos, não é?!

Lei antitabagismo protege crianças.

Sem vetos, foi sancionada pelo governador do estado nesta quinta-feira (21), a lei 15977/08 de autoria do deputado Ney Leprevost. A norma regulamenta que qualquer estabelecimento comercial ou evento destinado a crianças deve estar livre de fumo. A medida entra em vigor a partir da data de publicação no Diário Oficial do Estado.

Segundo o autor – presidente da Comissão de Saúde do Legislativo paranaense –, são muitos os benefícios que a lei ira trazer, “a norma é a garantia de disciplinar os fumantes”. Leprevost defende ainda que, “a proibição de fumar em estabelecimentos comerciais e eventos destinados ao público infantil procura preservar as crianças da ação maléfica do tabagismo”. A nova lei visa aperfeiçoar a legislação já existente sobre a matéria (Lei Estadual nº. 14743/05).

Fonte: Assembléia Legislativa do Estado do Paraná - http://www.alep.pr.gov.br/geral_noticiasconteudo.php?notoid=13469&grupo=4&grupo=4&foi_direto=1

Particularmente penso que todos têm direito a fazerem o que quiserem. Se quiserem se matar fumando, bebendo ou se drogando, cada um tem sua autonomia para decidir. Somos livres. Entretanto nossa liberdade esbarra nos direitos alheios. E o fumante - desculpem-me meus amigos fumantes - é mal-educado por definição e natureza. Nunca vi, por exemplo, fumante engolindo a fumaça em vez de jogar na cara dos outros; nunca vi, por exemplo, fumante guardar xepa de cigarro no próprio bolso em vez de jogar por aí, pelo chão e pelas janelas dos carros e apartamentos.

A medida ideal seria a obrigatoriedade de cada fumante utilizar uma redoma inviolável durante o seu ato de prazer, caso o fizesse em público (inclusive em áreas abertas). Só poderia sair da redoma quando toda a fumaça fosse inspirada por ele próprio ou desaparecesse impregnada nas suas roupas.

Taí... penso que seria um dos caminhos.

Singing in the rain.

Mais do que a crise mundial, o que vejo poder abalar a economia de um lugar é a chuva que nunca termina. Claro, em proporções diferentes, mas atingindo pessoas, de qualquer modo. A chuva espanta os consumidores do comércio, tira a vontade de saírem de casa, diminui o ânimo dos trabalhadores e deixa preocupados aqueles que moram em regiões de risco de enchente ou de desmoronamento.

Aqui na região são dois meses de chuvas ininterruptas. E as chuvas fortes e extremamente acima da média dos últimos dias causaram muitas perdas, acidentes e mortes nos três ou quatro últimos dias. Joinville, Blumenau, Itajaí, Brusque, Florianópolis, além de Jaraguá do Sul e outras cidades, em situações realmente preocupantes.

A chuva é necessária, claro, mas não sei de onde vem tanta água a ponto de chover tanto por tanto tempo. Não são apenas garoas diárias, longe disso.

Resta-nos, além de separar as roupas e outras coisas para quem perdeu tudo ou quase tudo, relembrar uma das clássicas cenas do cinema:


Singing in de rain

sábado, 22 de novembro de 2008

"Nós nos consideramos heróis"

Em uma reportagem narrada na primeira pessoa, o Jornal The Guardian traz a visão dos piratas do pacífico por eles próprios. O pirata somali Asad 'Booyah' Abdulahi, de 42 anos, explica suas razões para o exercício de sua atividade. No fundo, e talvez sem conhecer o personagem da literatura, sente-se um Robin Hood dos mares. É um ex-pescador que não conseguia ganhar a vida por conta das grandes embarcações estrangeiras no litoral da Somália que não permitiam uma disputa justa com os pequenos trabalhadores. Assim, iniciou sua vida de pirata em 1998 e seu primeiro butim rendeu 300 mil dólares ao grupo. Ele destaca que parte do valor vai para o financiador da operação e o restante é dividido entre os piratas. Eles dão prioridade aos navios europeus por resultarem em resgates mais valiosos.
Afirma que não fazem mal aos tripulantes dos barcos seqüestrados e que não considera sua atividade criminosa e, sim, como uma espécie de pedágio por não terem um governo central organizado na Somália controlando os seus mares.
A reportagem completa pode ser lida no The Guardian: http://www.guardian.co.uk/world/2008/nov/22/piracy-somalia
Os piratas estão se oranizando cada vez melhor. Unem-se quando há a necessidade de um ataque maior ou para proteger o resultado de um seqüestro muito grande. Nessa semana os piratas somalis exigiram um resgate de US$ 25 milhões para devolver o superpetroleiro saudita Sirius Star.

Calcula-se que nos últimos doze meses os piratas no Mar da Arábia e no Golfo de Áden (região de atividade do pirata acima nominado) faturaram pelo menos 150 milhões de dólares em resgates.

De acordo com o Escritório Marítimo Internacional (BMI), 94 navios foram atacados por piratas somalis desde janeiro. Dezessete ainda estão em poder deles.


As fotos deste texto são de Veronique de Viguerie (The Guardian), que passou um tempo com o principal grupo de piratas que opera na costa da Somália. Na primeira, alguns desses piratas, de um grupo de aproximadamente 350. Na segunda, a vista de uma praia, onde se vê um navio japonês seqüestrado.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Crise.

Texto de ALEXANDRE ROCHA LOPES

Acredito que temos hoje uma oportinidade rara que está para ser desperdiçada.
Não é novidade o fato de que há uma dificuldade financeira que cerca, praticamente, todos os países. Dizer que este, aquele, ou o nosso país é imune, não reflete a realidade.
Por mais que haja especulação nas grandes economias (americana e européias), para que alguns ganhem em cima de outros e, então, após um perído de bons resultados para uns (especularodes, empresas privadas, bancos... e outros que podem se aproveitar da situação), as coisas voltem ao normal, durante este período que não se sabe o quanto durará, há pessoas, grupos, instituições, empresas, Estados que estão perdendo muito.
Falências já foram anunciadas, cogitam-se outras (grandes empresas automobilisticas, bancos...)...


Dinheiro público, do cidadão, sendo utilizado para 'salvar' empresas... Redução e eliminação de turnos de trabalhos.... Demissões que já ocorreram, demissões que estão sendo anunciadas. Desempregados, aqui, nos EUA, na Europa... Pessoas, famílias tendo que sair de casa, morar em abrigos, sem possibilidade de pagar a hipoteca, o financiamento de seu sonhado imóvel, e, ironicamente, bancos re-vendendo estes imóveis a US$ 1,00 (UM DÓLAR), pois assim liberam uma despesa de suas costas e passam a ter outro credor.... afinal esta é a entrada de uma nova hipoteca. Mas quem conseguirá pagar depois?

E nós, teoricamente, até o momento sem sermos fortemente abalados. Até quando? Se as exportações pararem? Afinal, não estão conseguindo ter dinheiro para comprar. Ou, se ainda possuem, podem preferir comprar dentro do país, para auxiliar o fluxo monetário local. Se as importações pararem? Afinal, não estão conseguindo produzir. E se a moeda americana, o dólar, desestabilizar desenfreadamente? Terá gente que dirá: "O Banco Central não permitirá, temos (país) boas economias, mexerá nas taxas de juros, fará leilão de dolár. Já esta fazendo e está funcionando."


Sim... até o momento, mas o dólar não é unico nos EUA e no Brasil. O problema deve atingir, como já vem se mostrando, outros países. A questão não é somente nossa. Vamos supor que o Banco Central realmente 'segure' todo o problema. O quanto de nossa economia terá ido? Teremos reserva para investimentos? Teremos saldo para trabalhar as metas de inflação? Ou como conseqüência voltaremos a ter, após a grande crise mundial, uma crise brasileira. E quem será afetado? Nós.... Os outros? Ajudarão, sim.... no que lhes for conveniente. Emprestarão dinheiro para nos estabilizarmos. Pronto.... Resolvido? Ahhh... daí anos depois irão lembrar.... foi 'aquele' governo que pegou dinheiro emprestado a juros altos.... por isto a nossa Divida Externa aumentou tanto. Problema postergado.... somente isto.

Vislumbro, então, uma possibilidade. Uma que não é novidade. Uma que há muito se fala e pouco, muito pouco, se faz. O que os Governos de todos os países vêm tentando fazer? Aumentar o crédito dos cidadãos para que estes possam voltar ao seu cotidiano. Dinheiro no bolso significa possibilidade de aquisição, possibilidade de investimento e possibilidade de ganhar mais dinheiro. Sim... dinheiro pode gerar dinheiro. Uma pessoa que investe seu capital e cria, abre uma empresa, gera mais dinheiro. Vai empregar outra pessoa, que receberá um salário. E assim outros venderão para estes e também passarão a ganhar.


E como eles estao fazendo mundo afora? Aumento salário desemprego, que definitivamente não é a solução, é apenas um gasto a mais. Usar, como mencionado acima, dinheiro do contribuinte para dar aos bancos, ou às empresas 'mais' necessitadas. Comprando empresas e assumindo seus prejuizos.

Não acredito que gostaríamos de ver o nosso Governo fazendo igual. Sim, virão falar: " Mas se os Governos Espanhol, Alemão, Britânico, Japonês, Norte-Americano fizeram e 'funcionou' por que o nosso nao deveria fazer igual?"

Porque no momento nós temos algo por fazer que eles já fizeram anteriomente. E nós, devido a demais interesses, não conseguimos fazer. Se queremos que o nosso contribuinte tenha mais capital, dinheiro no bolso, chegou a hora de fazer o que já devia ter sido feito e se tivesse sido feito estaríamos numa posição ainda mais privilegiada.


REFORMA TRIBUTÁRIA. Já deve ter ouvido falar alguma vez. Mas somente falar, correto? Foram feitas alterações? Sim, foram. As realmente necessárias? De forma alguma.
Sabemos que trabalhamos, tranqüilamente mais de 3 meses para pagar tributos que infelizmente não são revertidos a nosso favor. Se a REFORMA correta for realizada agora, como já deveria ter sido feita, teremos mais dinheiro no bolso. Poderemos investir, comprar, poupar mais. E conseqüentemente nossa Nação sairá ganhando. Não quer dizer que ficaremos imunes à crise, mas estaremos, com certeza, mais preparados para enfrentá-la. Seja como cidadão, seja como governo.

Provavelmente ouviremos falar que no momento não seria possivel pôr tal questão em plenário devido às discussoes que este tema levantaria. E, como sabemos, estamos no final do ano (na prática você vê vontade política daqueles que você elegeu? Mas quando a questão é fazer uma sessão extraordinária para votar um aumento salarial deles, eles conseguem e trabalham até nas férias). Não devemos nos deixar levar por tal argumento. Colocamos-os lá para que nós (eu, você, seus pais, seus irmãos, seus amigos, sua familia) tenhamos um país melhor, e não para que eles tenham uma situação melhor.

Enfim, na minha opinião, podemos sair ganhando com a crise. Sim. Crise serve para aprendermos, para crescermos e nos destacarmos. E, quem sabe?, não seja a nossa hora. De nos fortalecermos economicamente e sermos, assim, devidamente reconhecidos mundialmente pelo que somos e não esperar ser reconhecidos pelo que um dia poderemos vir a ser.

Onze de setembro.

É impressionante como muitas coisas ficam esquecidas no caminho. É impressionante como muitas vezes demoram as verdades para fluir honestamente, democraticamente.

A história do Chile ensina-nos algo poderoso. É preciso conhecê-la, assim como o é a do nosso próprio país e de tudo o que o envolveu em passado recente.

O vídeo abaixo é a ponta de um iceberg. Demonstra-nos o viés ardiloso e monstruoso do Governo dos EUA. A história talvez já seja de conhecimento da algumas pessoas, mas estas imagens e estas palavras escancaram-nos como devemos refletir mais sobre os nossos atos e os atos de quem nos governa. E, mais do que isso, sobre o que nos é empurrado goela abaixo pela mídia.



Apesar de tudo, ainda tenho esperança que o homem viva verdadeiramente em paz. Com os seus iguais e com sua consciência. Um dia.

A lua

De repente a lua cheia caiu
(apenas uma lombada na estrada)
Da janela suja do ônibus.

Irina Ahcor

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Advogado: lutando por um Brasil mais justo.

Atribuem a Voltaire a seguinte frase: Um direito deixado muito longe torna-se uma injustiça.

Um dos objetivos do Advogado é justamente trazer o direito para mais perto das pessoas, dos cidadãos, de quem precisa. É transformar a pessoa efetivamente em cidadão, com noção da sua importância social, do respeito que merece e da dignidade que não lhe deve ser subtraída.

Nesse endereço, depoimentos para refletir: http://www.umbrasilmaisjusto.com.br/

domingo, 16 de novembro de 2008

Gol de falta

Em homenagem ao chocolate que o Flamengo deu hoje no Palmeiras, com um bom jogo de placar elástico - 5 x 2 para o Mais Querido - segue um estranho gol de falta que recebi por e-mail dia desses. Não é nenhum primor, mas chega a ser engraçado de curioso.



Assim que sair na internet o golaço de trivela que Ibson fez nesse jogo, ou melhor, nesse chocolate que o Flamengo deu no Palmeiras, atualizo a postagem.

A arte de produzir efeito sem causa

Como falei na postagem anterior, estava terminando de ler esse livro. Terminei. O livro é muito bom, considerando o meu gosto, obviamente. Um labirinto de dúvidas, ou melhor, a própria labirintite.

Não gostei do final, apesar de ter gostado do livro e recomendá-lo sem medo, mas acredito que é porque ainda estou digerindo o que aconteceu - na história. Um livro diferente.

Agradeço ao André da Livraria Grafipel pela indicação. Essa semana recomeço a ler A estrada, recomendação do Gelson, também da Grafipel.

sábado, 15 de novembro de 2008

Lourenço Mutarelli

Lourenço Mutarelli escreveu algumas obras, das quais estou lendo, quase no fim já, "A arte de produzir efeito sem causa". É um livro que começa com uma sensação de que não vai dar em nada e, de repente, o leitor vê-se amarrado pelo enredo, levado pela loucura de Junior, cada vez mais angustiante.
É um labirinto previsível, mas que sempre surpreende. Como não terminei de ler, vou dar minha opinião no final desse final de semana.



Mas falei do livro só para explicar que de tão interessante e angustiante resolvi ver o filme baseado no outro livro dele: O cheiro do ralo. Um filme contundente, de difícil digestão, e que aconselho a quem quiser ver que se dispa de todos os seus preconceitos.


Um filme que as mulheres costumam não gostar, mas que não chega a ser escatológico. Um filme que critica, assim como o livro aí de cima, a miséria humana, nos seus conceitos mais interiores e mundanos. Pode ser mal interpretado, principalmente quanto à obcecação do personagem principal pela bunda de uma garçonete. Não quero trazer minhas conclusões aqui, pois cada um deve interpretar do seu jeito. Entretanto entendo que o filme inteiro é uma crítica - ou um conjunto de infinitas críticas - ao comportamento humano. Das mais diversas naturezas.


Para quem quiser, tem o trailler no endereço abaixo:




quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Comemorando o dia de ontem...

Eventos importantes do dia 11 de novembro, O dia...

1887 – Quatro sindicalistas são condenados à forca nos Estados Unidos devido à greve de 1886. Outro se suicida no cárcere. É a origem do 1º de maio.
1918 - Assinado o armistício de Compiègne que dá fim à Primeira Guerra Mundial.
1918 - Independência da Polônia.
1940 - Segunda Guerra Mundial: na Batalha de Taranto, aviões decolam de um porta-aviões britânico para atacar a frota Italiana no porto de Taranto.
1940 - Inicia-se a produção do Jeep pela Willys-Overland Company.
1941 - Conferência do Potengi celebrada na estação de passageiros Rampa, na presença dos presidentes Roosevelt e Vargas.
1942 - Segunda Guerra Mundial: As forças alemães ocupam o Sul de França (Vichy).
1951 - Juan Perón é reeleito presidente da Argentina.
1955 - "Golpe da Legalidade": o general Lott, ministro da Guerra, toma o Rio com 25 mil soldados para garantir a posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart. Lacerda ensaia fuga.
1966 - Lançamento da última missão do Projeto Gemini: a Gemini XII.
1975 - Independência de Angola.
1976 - O grupo KISS lança o álbum Rock´n´Roll Over.
1981 - Antígua e Barbuda são admitidas como Estado-Membro da ONU.

E ainda nasceu, em 1821, Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski, escritor russo.

domingo, 9 de novembro de 2008

Para esses dias em que o sol se esconde...

Superioridade

Superioridade, de Gabriela Lopes.

Todo mundo sabe que as pessoas são diferentes umas das outras em tudo: raça, visão política, religião. Por que, então, uns se acham tão superiores aos outros? Força? Poder? Tamanho? Porque se a questão for respeito eu tenho certeza que não é!

Bem, eu acho que se não deixarmos que outras pessoas nos rebaixem, o mundo será mais justo, e tenho a convicção de que os “rebaixadores” não gostariam de ser tratados desse jeito. Sendo assim, minha pergunta continua: o que faz as pessoas se acharem tão superiores às outras?

Para pararmos de sermos “inferiores” às outras o negócio é o seguinte: por que deixamos que outras pessoas passem em nossa frente na fila? Por que não simplesmente falamos “Senhor, você furou a fila, pode fazer o favor de voltar para onde estava?”. Ou, por que deixamos que as pessoas falem que somos “perdedores” na nossa cara e não tomamos nenhuma atitude? Bom, pensando bem, eu acho que sei o porquê. Porque nos falta coragem de peitar essas pessoas de frente e tirar satisfações com ela, não brigando, conversando é claro. Cada um tem que se preservar, não deixando que outras pessoas tomem a sua frente na fila, por exemplo, e sim agindo de modo correto.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vai pensando aí.

Um copo de coca-cola pela metade.

Dia desses conversava com meu sócio Renato sobre copos de refrigerante. Na realidade, sobre a quantidade de refrigerante nos copos. Comentamos sobre como as crianças e, ainda mais, os adolescentes se comportam diante de um copo e uma garrafa de refrigerante: enchem, até a boca, se possível.

E lembramos que nossos pais nos ensinaram que não se enche copo até a boca. Questão de educação. E mais do que isso, questão de respeito, penso. Pra que encher o copo? A idéia é - ou era: se não satisfizer a sede, coloque mais depois. Ou, se não tiver suficiente para todos, que divida-se em quantidades solidárias.

Quem não se lembra daquelas brincadeiras de criança, à mesa dos aniversários ou outras festas, de ficar colocando o refrigerante ou suco nos copos até que ficassem na mesma medida? Ninguém podia ficar com mais do que os outros! Não lembro de enchermos até derramar ou quase. Hoje essa brincadeira até perderia sua graça porque todo mundo simplesmente assoberba o líquido até a boca do copo. Sempre ficariam iguais.

Fiquei pensando sobre isso...

Por que essa inversão ou modificação de valores? Nem vou falar do fato de que antes refrigerante era final de semana e olhe lá, e hoje é quase uma bebida diária - para muitos é mais do que isso; já conheci família que tomava coca-cola no café da manhã!!

Lembrei que os McDonald's e Bob's da vida nos enfiam aqueles copos cheios. E cada vez maiores. Como disse o Danilo Gentili na sua apresentação humorística na SCAR, sábados atrás: se a gente quiser comprar alguma coisa menor nessas lanchonetes, caso consiga, fica até constrangido. E tem sempre a moça que insiste: "senhor, por mais cinquenta centavos o senhor ganha um hiperbigultramega copo de refrigerante e uma ultramegahiperbig batata frita, senhor". Caso a gente negue, ela empurra: "mas, senhor, só por mais cinquenta centavos, senhor."

Voltando ao assunto: esses copos gigantes e cheios - quem é que bebe meio litro de coca-cola sozinho num almoço?? - são apenas a ponta do iceberg. Vivemos num mundo consumista, extremamente consumista. E essa idéia de consumo descontrolado é impregnado nas nossas mentes desde crianças. Agora mais do que antes. Dessa forma, um copo cheio até a boca nada mais é do que o reflexo do "mais e mais e mais e mais...".

Outro fator que, na minha opinião, também colabora - e muito - com essa situação é a simples incapacidade dos pais de usarem uma palavra tão simples quanto eficiente: NÃO.

Parece que os pais, por culpa, medo, irresponsabilidade, desleixo ou projeção da infância que gostariam de ter tido, esqueceram a importância de dar limites aos seus filhos. Por que se tem que concordar com tudo? Agora os pais vão virar reféns dos seus filhos? Os pais têm vergonha que seus filhos façam escândalos no supermercado porque não ganham tudo o que pedem? Os pais têm medo de ter filhos deslocados por não darem tudo o que o pai dos vizinhos dá? Os pais têm medo de ser odiados por seus filhos porque não ganharam o último dvd, o último game, o último modelo de celular, de tênis ou seja lá do que for?

E, ainda pior, já que não conseguem dar tudo, tem aqueles que optam pelos produtos piratas para "baratear" suas frustrações, ensinando mais uma coisa errada para os filhos: que sonegar o trabalho de quem produz, de quem rala para ter as idéias e fazer ou imaginar aquilo, é certo!!

No final das contas, essas crianças, além de conseguirem tudo que pedem, de encherem o copo de coca-cola até derramar, de faltar com o respeito com quem trabalha (porque quem desconsidera o trabalho do artista tem grande tendência a desrespeitar o trabalho da faxineira do shopping, do porteiro do prédio, do motorista do ônibus, do professor, do policial, do médico...), quando crescerem vão acabar lendo livros de auto-ajuda e lotando as salas de espera dos psicólogos porque os livros de auto-ajuda não fizeram os milagres que prometeram.

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Em tempo: tenho filha adolescente e também cometo meus erros, mas refletindo tende-se a não repeti-los. Espero.

Em tempo 2: quanto à publicidade com que faz boa parte das pessoas se sentirem mal por não conseguirem comprar tudo o que gostariam ou o que seus filhos querem, tenho opinião formada. Sou radicalmente contra publicidade para o público infantil em horário diurno ou em revistas para crianças. Os pais é que devem escolher o que comprar, sem pressão. Em outra postagem falarei do assunto.

domingo, 2 de novembro de 2008

Pra começar bem a semana...

Uns risos antes da sisudez da semana de trabalho.

Muitas vezes não enxergamos as soluções. As mais simples normalmente são as melhores.

E por recomendação da Gabriela, Mafalda para vocês:

Muitas perguntas não têm respostas. Óbvias, pelo menos.

(clique nas tiras para visualizar em tamanho maior)

Jaraguá em luzes.


Recebi de um amigo a foto acima e vale a pena compartilhar.

Serve para mostrar que, em nossa região, temos artistas de altíssima qualidade nas mais diversas áreas.

A obra é do fotógrafo Chan.

Falando em George Orwell...


Falando em A revolução dos bichos, livro de George Orwell, recomendo sua leitura.


Uma parábola interessante com crítica feroz aos regimes ditatoriais. Causando muita polêmica na época da publicação, chegou a ser usado como uma espécie de panfleto anti-comunista pelo ocidente, o que perturbou o autor, que tinha certa simpatia por esse regime, segundo dizem.

De todo modo, a leitura - ou releitura - vale realmente a pena, eis que a história continua atual e pode ser comparada a muitos governos e comportamentos por aí.

Visões de uma aula chata

Achei esse texto perdido numas anotações velhas. Deve ser lá de 1990 ou 1991...

Visões de uma aula chata.

Professor falando.
Gente conversando; gente roendo unha; gente olhando para fora da sala de aula; gente furungando espinha no rosto; gente furungando espinha no braço. Mais gente conversando. Uma menina prestando atenção na aula; outra menina prestando atenção.
O professor continua falando.
Gente coçando a cabeça; gente lendo “A Revolução dos Bichos”; outra gente lendo “A Revolução dos Bichos”; gente lendo George Orwell; gente lendo outros livros; gente escrevendo. Mais gente conversando; gente olhando o chão; gente olhando o teto; gente olhando o nada.
O professor continua falando.
Gente saindo da sala; gente desenhando; gente mexendo na pasta; gente lendo revista; gente olhando para trás; gente mostrando agenda nova; gente rindo; gente parada; gente com a mão na boca; gente com a mão no cabelo; gente com a mão na testa.
- A aula acabou? – alguém pergunta.
Não, a aula não acabou. Mais aula. Mais professor falando.
Mais gente conversando; gente penteando o cabelo; gente mascando chiclete; gente chupando bala; gente se olhando no espelho; gente brincando de jogo da velha; gente bocejando; gente quase dormindo; gente dormindo; gente fazendo careta. Mais gente rindo; mais gente conversando. Gente com caneta na boca; gente com lápis na boca; gente com a boca aberta.
O professor continua falando.
Gente amassando papel; mais gente de boca aberta; gente balançando a perna; gente batendo o pé; mais gente saindo; mais gente bocejando. Gente brincando com os óculos; gente no mundo da lua; gente guardando o material.
Bateu o sinal. Finalmente a aula acabou. Toda a gente foi embora.
E o professor continua falando.